Ambiente Preparado na Educação Infantil

Minha foto
Este é um espaço de divulgação e reflexão sobre a Implantação e Desenvolvimento da Proposta Pedagógica Ambiente Preparado na Educação Infantil - SEDUC Araruama - RJ. Ambiente Preparado é uma proposta de flexibilização do uso do tempo, espaço e materiais na Educação Infantil, que possui duas linhas de trabalho: Educação Sensorial (creche) e Salas Ambientes (pré-escola).

COMENTÁRIOS...

COMENTÁRIOS...

É muito bom quando nosso trabalho é reconhecido e quando podemos contribuir com o sucesso de outras pessoas.
Estou muito feliz com as fotos enviadas pelas professoras de diferentes escolas que registraram o maravilhoso trabalho que estão desenvolvendo.
Parabéns a todas!!!
Mas não podia deixar de registrar um comentário feito pela professora Jane Fernandes (E. M. Ver. Alcebíades Carvalho das Flores), que muito me emocionou.

"O meu trabalho é reflexo de tudo que venho aprendendo na Formação Continuada com vocês!!!Eu vou feliz e sempre volto com mais inspiração e ideias pra colocar em prática.Amo muito a verdadeira Educação Infantil que vocês nos orientam onde a prática é valorizada e não meras teorias. Jane Fernandes - 20 de março às 15:41)

Beijos a todas as professoras e obrigada por acreditarem em nosso trabalho!

domingo, 29 de março de 2015

Projeto "Sacola Pedagógica"

          O MEC enviou às escolas em 2014 um acervo contendo obras de apoio pedagógico referente ao Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE do Professor 2013, para atendimento aos docentes das escolas públicas de educação infantil. O acervo contém 20 livros abrangendo diversos temas, tais como: Música, Corpo e Movimento, Linguagem, Avaliação, Jogos e Brincadeiras, Currículo, Proposta Pedagógica, Projetos Pedagógicos, dentre outros.         
          Diante da necessidade de promover diferentes espaços de Formação Continuada à equipe de professores que atuam em nossas escolas, sugerimos que fosse implantado Projeto Sacola Pedagógica, que utilizará de forma dinâmica os livros do acervo enviado pelo MEC. Para tal, enviamos para as escolas uma bolsa com a publicação do MEC "Brinquedos e Brincadeiras nas Creches", como incentivo ao início do projeto.


           O projeto visa estimular a leitura, bem como oportunizar momentos de reflexão teoria e prática, além de ser mais um espaço de formação continuada. Através de diferentes gêneros literários, artigos, legislação, enfim, tudo que possa enriquecer e melhorar a prática pedagógica.
        Sugerimos que a Sacola Pedagógica funciona da seguinte maneira: durante alguns dias, duas professoras, uma do turno da manhã e outra do turno da tarde, levam cada uma, uma sacola contendo três sugestões de leitura. Junto à sacola também vai um caderno, intitulado "Minhas impressões...”, para anotações, comentários e mensagens deixadas por elas, após as leituras, registrando o que acrescentou e mudou no trabalho. 
          A sacola, com as mesmas sugestões de livros e periódicos, intercala entre as professoras, só então todo o conteúdo é renovado. Antes de ser entregues aos professores todo o conteúdo deve ser pesquisado, lido e avaliado pela orientação pedagógica. 
          Sugestão de texto para ser incluído na primeira Sacola Pedagógica: "Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil", do Ministério da Educação, dentre ouros.
          Em 2014, a E. M. Dr. João Vasconcellos, implantou o projeto e nos enviou fotos com a organização que fizeram. Cada professora recebeu uma bolsa com um livro do acervo do MEC que a mesma previamente havia escolhido. Depois levou a bolsa com o livro para casa e após um período de tempo socializou suas impressões com as demais professoras. Estas impressões foram colocadas no Caderno de Registro coletivo.


        
          Em 2015, estamos utilizando o Projeto Sacola Pedagógica na Formação Continuada da Equipe de Suporte Pedagógico das Creches e Centros de Educação Infantil. A cada encontro a equipe de OP e OE de uma unidade escolar receberá a sacola com diversos materiais relacionados com as temáticas discutidas nos encontros. A equipe deixará registrado no caderno "Minhas impressões...", que deverá ser lido para o restante do grupo no encontro seguinte.
          No mês de março, a equipe que ficou com a sacola foi da E. M. Mário Buscema.



 

sábado, 28 de março de 2015

1º Encontro com as professoras: Identidade e Autonomia

          No mês de abril realizamos o 1º encontro da Formação Continuada "Desvendando o Currículo da Educação Infantil" com a participação das professoras das turmas de creche e pré-escola.
        

          Foi um encontro muito rico onde pudemos refletir sobre a importância da rotina e da postura do professor na construção da identidade e autonomia das crianças de  0 a 5 anos.
          Segue abaixo alguns pontos discutidos no encontro, além do vídeo utilizado para reflexão.

















 


















quarta-feira, 25 de março de 2015

Salas Ambientes: trabalhando com as múltiplas linguagens (crianças de 4 e 5 anos)


          As Salas Ambientes constituem uma proposta de reorganização do tempo e do espaço escolar, com o objetivo de transformar a prática pedagógica, aproximando-a das orientações contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, em busca da promoção da qualidade de ensino. 
          Ao se aproximar dos 24 meses, segundo Piaget, a criança estará desenvolvendo ativamente a linguagem o que lhe dará possibilidades de, além de se utilizar da inteligência prática decorrente dos esquemas sensoriais-motores formados na fase anterior, iniciar a capacidade de representar uma coisa por outra, ou seja, formar esquemas simbólicos.
          Neste período a criança ainda é bastante egocêntrica, isto é, não concebe o mundo, uma situação da qual não faça parte, confunde-se com objetos e pessoas, no sentido de atribuir-lhes a eles seus próprios pensamentos, sentimentos, etc. Sendo assim, dará explicações animísticas e artificialistas. 
          Baseado nessas características, as Salas Ambientes configuram uma proposta que busca desenvolver a criança integralmente, a partir da utilização de múltiplas linguagens e do uso coletivo do espaço e dos materiais. 
          A diversidade de ambientes educativos, a flexibilização do tempo, a utilização e exploração de vários recursos e linguagens buscam um avanço no desenvolvimento das crianças em seus aspectos cognitivo, social e psicomotor. 
          Esses ambientes educativos propiciam a comunicação, libertam os alunos da rigidez de espaços e mobiliários tradicionais e criam uma rede de interações entre as crianças e toda comunidade escolar.
          Segue abaixo alguns ambientes educativos criados na E. M. Dr. João Vasconcellos:


















(Juliana Araujo)

Educação Sensorial: estimulando o desenvolvimento sensório-motor (crianças de 0 a 3 anos)


          A Educação Sensorial constitui uma proposta de reorganização do espaço escolar, com o objetivo de transformar a prática pedagógica, aproximando-a das orientações contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, em busca da promoção da qualidade de ensino. 
          Segundo Piaget, de 0 a 24 meses, aproximadamente, a criança encontra-se no período sensório-motor. Este período representa a conquista, através da percepção e dos movimentos, de todo universo prático que cerca a criança. 
          Uma das funções da inteligência será, portanto, nesta fase, a diferenciação entre os objetos externos e o próprio corpo.
          É através dos sentidos que a criança entra em contato com o mundo exterior. Com isso, a Educação Sensorial adquire importância ao promover o desenvolvimento perceptivo-sensório-motor. 
         Nesse sentido, os ambientes educativos que atendem as crianças de 0 a 3 anos devem ser organizados de forma a oferecer estímulos sensórios-motores, que permitam a criança explorar o ambiente e desenvolver sua identidade e autonomia.
          Segue abaixo alguns exemplo de materiais confeccionados pelas professoras das creches municipais e expostos na I MIEMAR - I Mostra Interdisciplinar das Escolas Municipais de Araruama em 2014. 


















(Juliana Araujo)

Ambiente Preparado: uma proposta de flexibilização do uso do tempo, espaço e materiais na Educação Infantil

          O ambiente da Educação Infantil não é um ambiente adaptado. Ele é um ambiente preparado para a criança a partir dos insights que podemos ter observando a natureza da criança e a natureza do mundo. Nesse sentido, quando colocamos tudo baixinho para a criança acessar, fazemos isso porque na natureza há coisas interessantes para o desenvolvimento em todas as alturas. Quando permitimos que a criança mexa com as coisas que não são de criança, mas lhe ensinamos a forma correta de fazer isso, é porque na natureza não há separação nítida entre as coisas de criança e as coisas de adulto, e o que importa é aprender a lidar com todas elas.
          A organização dos ambientes educativos, que passam a ser coletivos, com os materiais na altura das mãos das crianças, contribui para o desenvolvimento da autonomia, da iniciativa, poder de decisão, cuidado com o material, respeito à escolha e a vez dos colegas. Tudo isso porque na vida em geral as crianças interagem com os espaços e materiais de forma natural, espontânea, sem separação de “coisas de criança” e “coisas de adulto”.
          O ambiente preparado deve ser aquele que melhor provê meios para a criança crescer e se desenvolver com liberdade e o máximo de independência. Liberdade, aqui, não é a ausência de qualquer proteção, limite e cuidado. Não é deixar a criança à própria sorte. Isso seria uma forma de abandono que viria por aniquilar o gênero humano. O ser humano precisa de limites, precisa de proteção e precisa de cuidado, especialmente em seus primeiros anos de vida.
          O ambiente deve ser favorável à criança para que a aprendizagem aconteça. Segundo Maria Montessori, é o ambiente preparado – sala de aula e materiais de desenvolvimento – que proporciona condições de autoaprendizagem e é o professor que fornece os recursos necessários dando oportunidade à criança de atuar em um ambiente seguro e positivo. Juntos, professor/aluno criam uma relação baseada no respeito que conduz à autoconfiança e ao desejo de tentar novas experiências. Neste sentido, o papel mediador do professor é essencial para potencializar os estímulos presentes no ambiente.
          Todo material colocado na sala deve atender aos períodos de desenvolvimento perceptivo-sensório-motor da criança. Deve ser atraente, resistente e não oferecer perigo na utilização.
          De acordo com as orientações contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil foram elencados princípios norteadores da Proposta Pedagógica organizada a partir do conceito de Ambiente Preparado:
  • Coletividade
          A organização das salas pressupõe o uso coletivo dos espaços e materiais. Isto se dá tanto na ação dos professores (planejamento das atividades, organização das salas, seleção e construção de materiais, etc.), quanto na ação das crianças (compartilhamento de materiais, produção coletivas das atividades, etc.).           
          Trabalhar coletivamente fortalece o trabalho em equipe e diversifica a utilização de recursos, estratégias e abordagens. As atividades, então, devem ser planejadas coletivamente, favorecendo a interação professor/professor, professor/aluno, aluno/aluno, aluno/materiais e aluno/espaço.
  •  Integralidade
          A partir da LDB 9.394/96, a Educação Infantil assume uma função educativa, com dois aspectos indissociáveis de cuidar e educar. Neste sentido, a criança é vista como um todo, um ser integral, único e em processo de desenvolvimento. Com isso, as escolas devem promover ações que assegurem a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, lingüística, ética, estética e sociocultural da criança. 
          A concretização dessa concepção acontecerá através do planejamento integrado, que respeite e articule os eixos de trabalho propostos no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RECNEI). Uma forma bem interessante de integrar esses eixos é através do trabalho com projetos, que além de promover essa articulação ainda propicia um trabalho mais contextualizado e próximo da realidade da criança.
  • Liberdade e autonomia
          A organização das salas deve garantir o acesso aos espaços e materiais, que devem estar dispostos à altura das crianças. Isto garante momentos de Livre Escolha, aonde o professor atua como mediador do processo de aprendizagem da criança. Com isso, atividades dirigidas devem ser mescladas com as de livre escolha. 
          Para que cada criança possa ser compreendida em sua totalidade, e assim ser bem orientada, é necessário que ela possa se manifestar livremente, o suficiente para que o professor possa constatar que caminho deve ser tomado com aquele ser em formação, com todas as suas particularidades. 
          O planejamento deve garantir a participação, o diálogo e a escuta da criança, além de promover da interação entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades. A organização dos espaços deve permitir os deslocamentos e movimentos amplos dentro e fora das salas ambientes.

          Para atender as especificidades de cada agrupamento etário no que diz respeito a atividade principal, a proposta pedagógica da Educação Infantil foi organizada com duas vertentes que serão explicadas num próximo post, conforme o quadro-síntese abaixo:

(Juliana Araujo)

Espaços Escolares X Ambientes Educativos

          Com o objetivo de garantir o desenvolvimento integral da criança e a construção da sua autonomia, faz-se necessário repensar a organização do espaço e do tempo na Educação Infantil.
          É importante que cada Unidade Escolar, tendo como base a legislação vigente e as especificidades de sua realidade local, elabore seu Projeto Político-pedagógico estruturando a organização e o aproveitamento do espaço e do tempo disponíveis que melhor irão contribuir para a efetivação dos objetivos pedagógicos traçados.
          Independente do tipo de arranjo espaço-temporal adotado pela Unidade Escolar, ele deve facilitar a orientação da criança sobre a rotina e propiciar o pleno desenvolvimento dos “seus aspectos físicos, afetivos, psicológicos, intelectual e social” (LDB 9.394/96) através de múltiplas vivências.
          Para organização de tempo e espaço adequados, é necessário respeitar individualidades, levar em consideração o interesse do grupo e promover à construção de conhecimentos. Mas, para que os espaços escolares possam ter essas características, eles precisam ser transformados em ambientes educativos.


          Quanto mais ambientes educativos a criança tiver a possibilidade de explorar, mais ela estará desenvolvendo as suas potencialidades e superando seus limites.
          Frison* (1998, p. 170) afirma que: "O termo “espaço” refere-se ao espaço físico disponível à realização das atividades, os locais caracterizados pelos objetos, pelo mobiliário e pela decoração e o termo “ambiente educativo” refere-se ao conjunto de atividades pedagógicas que são implementadas no espaço físico. O espaço físico pode ser transformado em espaço educativo, dependendo da atividade que nele acontece."
          O espaço externo à sala de aula também proporciona múltiplas possibilidades de desenvolvimento das crianças, tanto no que diz respeito à observação do ambiente e da natureza, quanto à possibilidade de explorar amplamente seu corpo.
(Juliana Araujo)

* FRISON, Lourdes Maria Bragagnolo. O espaço e o tempo na Educação Infantil. Ciênc. Let., Porto Alegre, n. 43, p.169-180,jan./jun. 2008.

Princípios e Eixos Norteadores da Educação Infantil

          As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios:
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. 
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
          As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, como mostra o esquema abaixo:


          As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, devem estabelecer modos de integração dessas experiências.
 (Juliana Araujo)

terça-feira, 24 de março de 2015

Maria Montessori, a médica que valorizou o aluno.

          Poucos nomes da história da educação são tão difundidos fora dos círculos de especialistas como Montessori. Ele é associado, com razão, à Educação Infantil, ainda que não sejam muitos os que conhecem profundamente esse método ou sua fundadora, a italiana Maria Montessori (1870-1952). Primeira mulher a se formar em medicina em seu país, foi também pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase à auto-educação do aluno do que ao papel do professor como fonte de conhecimento.

          Individualidade, atividade e liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como, simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori defendia uma concepção de educação que se estende além dos limites do acúmulo de informações. O objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma "educação para a vida". A filosofia e os métodos elaborados pela médica italiana procuram desenvolver o potencial criativo desde a primeira infância, associando-o à vontade de aprender - conceito que ela considerava inerente a todos os seres humanos.  

           Ao defender o respeito às necessidades e aos interesses de cada estudante, de acordo com os estágios de desenvolvimento correspondentes às faixas etárias, Montessori argumentava que seu método não contrariava a natureza humana e, por isso, era mais eficiente do que os tradicionais. Os pequenos conduziriam o próprio aprendizado e ao professor caberia acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada um manifestar seu potencial.

          Nas escolas montessorianas, o espaço interno era (e é) cuidadosamente preparado para permitir aos alunos movimentos livres, facilitando o desenvolvimento da independência e da iniciativa pessoal. Assim como o ambiente, a atividade sensorial e motora desempenha função essencial - ou seja, dar vazão à tendência natural que a garotada tem de tocar e manipular tudo o que está ao seu alcance.

          O método Montessori parte do concreto rumo ao abstrato. Baseia-se na observação de que meninos e meninas aprendem melhor pela experiência direta de procura e descoberta. Para tornar esse processo o mais rico possível, a educadora italiana desenvolveu os materiais didáticos que constituem um dos aspectos mais conhecidos de seu trabalho. São objetos simples, mas muito atraentes, e projetados para provocar o raciocínio. 

Extraído do Site: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/medica-valorizou-aluno-423141.shtml